domingo, 8 de janeiro de 2012

Tibau que queremos


Há 32 anos passo minhas férias em Tibau. Não houve um ano sequer em toda minha vida no qual eu não viesse passar a temporada nessa jovem cidade, onde milhares de mossoroenses passam aqueles dias de folga.

As brincadeiras rendiam o dia inteiro. A meninada toda reunida todas as noites, os "forrós" que aconteciam numa casa diferente a cada final de semana, o morro das 13 cores, as guerras de torrões de areia no "labirinto", as "enormes" ondas para o surf, as quase infindáveis caminhadas até o Juscelino, os namoros de verão, as paqueras... Época boa!

Problemas tão atuais como falta de iluminação, lixo nas ruas, falta de capacitação para o turismo, abastecimento d'água e tantos outros aborrecimentos já incomodavam na Tibau de vinte, vinte e cinco anos atrás.

Mas o que aconteceu nesse tempo todo? A primeira eleição para prefeito de Tibau foi em 1996. Elegeu-se Sidrônio Freire, reeleito em 2000. Em 2004 foi a vez de Nilo Nolasco, cassado antes de terminar o mandato. Assumiu Francisco Diniz, reconduzido ao posto de prefeito em 2008, mas cassado antes de terminar seu mandato. Em uma eleição complementar, elegeu-se Rafael Freire, um jovem de pouco mais de vinte anos, filho de Sidrônio, o primeiro prefeito da cidade.

Nesse período, vi e ouvi prefeito afirmando que o turismo era ruim para Tibau e que o mossoroense só prejudicava a cidade, o que me deixou perplexo, pois o turismo é, na minha opinião, a única saída para o desenvolvimento do município. Não adianta achar que indústrias, redes varejistas ou grandes prestadoras de serviço vão alavancar a economia local.

Tibau não tem estrutura por que não tem turismo ou não tem turismo por que não tem estrutura? Se qualquer pessoa vier no meio da semana em um mês de baixa estação em busca de almoço, encontrará um ou dois restaurantes abertos. Se buscar jantar, será difícil encontrar. É praticamente zero a exploração turística durante o ano inteiro, exceto em janeiro.

É exatamente aí que entra o poder público. É preciso ordenar e organizar o turismo em Tibau. Podemos começar por uma Secretaria de Turismo eficiente e com recursos. Depois, padronizar barracas com higiene que ofereçam comida e bebida de qualidade, é um dos passos a serem dados; procurar parcerias com Sebrae, por exemplo, para qualificar a mão-de-obra; fazer projetos para apresentar nos ministérios em Brasília para trazer recursos; fazer parcerias com municípios como Areia Branca, Grossos, Mossoró e Icapuí-CE. A prefeitura também precisa cobrar os impostos daqueles que usufruem da cidade-praia, principalmente o IPTU dos veranistas, que, muitos deles, adoram reclamar e não cumprem seus deveres.

Sei que falar é fácil, administrar nem tanto. Não quero aqui dizer que os ex-prefeitos ou o atual não tentaram fazer alguma coisa, como as supracitadas, mas sim reforçar o desejo e esperança que acertem. Acredito que todos nós queremos ter uma Tibau limpa, organizada e pronta para receber os visitantes, desenvolvendo-se cada vez mais.

Por: Lahyrinho Rosado
Jornal OMossoroense de 08/01/2012

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