Não temos nenhum atrativo’, diz Margley

Não há segredo em Tibau. A administração atravessa uma escassez de dinheiro braba e nada pode fazer além do básico do básico. Por lá não tem essa conversa de que turista traz desenvolvimento. Pode trazer, mas segundo o secretário de Turismo, Margley Moura, a Prefeitura não oferecerá nenhum atrativo durante o veraneio.

Não é má vontade. O problema é que, segundo ele, a situação financeira da cidade é grave e está difícil de levantar recursos. "Não tem de onde tirar", afirma Margley, que, por ironia do destino, é doutor em Matemática e professor aposentado da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA).

As palavras do secretário, por mais duras que sejam, não trazem novidade. Recentemente, o prefeito Rafael Freire repetiu esse mesmo lamento. O problema mais grave é que a Prefeitura está inadimplente e não consegue liberar nenhum convênio. O pior é que essa conversa é antiga e Rafael sabe bem, pois há quem diga que tudo começou logo depois da emancipação política, na administração de seu pai, Sidrônio Freire, em meados de 1995.

Com tudo isso, o veranista terá algumas novidades - duas, para ser mais exato. A Secretaria de Turismo mandou colocar dois pórticos na entrada da cidade. Nada extraordinário. Trata-se, na verdade, de placas de sinalização dando boas-vindas aos visitantes e a distância dos outros destinos. 

Parece pouco, mas exigiu muita matemática do secretário. A saída foi utilizar o pires. Não aquele que se leva a Brasília. O dele é bem menor. A saída que Margley achou foi bater na porta dos empresários de Mossoró. Os R$ 52 mil para a sinalização foram doados pela fábrica de cimento Nassau. 

Com a iniciativa privada conseguiu ainda a promessa de recursos para construir um posto policial na praia das Emanuelas. Para isso, só precisa garantir que terá policial no local. 

O professor assumiu a missão de melhorar o turismo em Tibau, mas sabe que é tarefa quase impossível. Muita coisa foi feita. A cidade está bem sinalizada desde o ano passado e as ruas estão limpas. Mas ele queria mais e reclama da falta de apoio. O pólo Costa Branca deveria ser um incentivador, mas, segundo ele, participar desse grupo nunca ajudou em nada. "Só tem muita é conversa", disse.

Outro desafio é o povo da cidade. Ele conseguiu uma parceria com o Sebrae na intenção de melhorar alguns serviços como bares, restaurantes e pousadas, mas, de acordo com ele, falta público. "As pessoas não abrem mão da novela para participar das reuniões", lamentou.

Uma boa notícia foi a garantia de que não faltará água durante o Verão, mas não tem tanta certeza quanto à eletricidade. Nesta semana, foi liberada uma verba para substituição de lâmpadas e outros equipamentos, mas nada disso vai garantir que, no pique, a tensão elétrica aguente a demanda.

Fonte: Jornal de Fato - 29/12/2011

JOSÉ DE PAIVA REBOUÇAS
De Tibau